Pergunta muito comum feita às Doulas! Mas quando se entende que nascer e parir são processos fisiológicos, o medo se transforma em amor ♡ e a vontade de "ficar mais um pouquinho" em casa é grande!
Leiam este lindo relato de Parto!!! Um real presente para nosso novo ano ser bem cheio de aventuras!
Gratidão mamãe Fabiana, papai Rodrigo e baby Bernardo ♡
Relato de Parto
Antes do relato propriamente dito, só tenho a agradecer a Deus a maravilhosa oportunidade de viver a experiência da maternidade e de passar por um trabalho de parto como sempre imaginei! Tá certo que a dose extra de tensão e emoção (já segue no relato) eu não esperava, mas valeu a pena e não foi por acaso.
Meu trabalho de parto começou no domingo, 10/12/2017 à tarde, quando comecei a sentir cólicas leves. Na madrugada de domingo pra segunda, por volta das 6h da manhã comecei a sentir contrações, mas eram curtas (em média 30s) e espaçadas (a cada 10- 30min). Por volta das 12h elas pararam.
Falei para o Rodrigo, que estava comigo, ir trabalhar pois as dores tinham passado. Na segunda à noite, por volta das 22h voltei a sentir contrações. Elas se intensificaram e aumentaram de frequência por volta de 2h da manhã de terça-feira, 12/12/2017. Fiquei até umas 4h na cama, depois levantei (Rodrigo também) e fui fazer exercícios na bola de pilates e no colchonete (graças às minhas aulas de yoga... obrigada Sú!). Entramos em contato com a Gabi (doula) por volta das 6h e a dica dela foi que descansássemos pois as contrações ainda estavam irregulares. Então tomamos café, Rodrigo foi dormir e eu fiquei no sofá, sentindo e me concentrando naquela dor. Passado um tempo também fui pra cama descansar um pouco. Sentia as contrações e nos intervalos conseguia dormir, relaxar.
Por volta das 11h acordamos e parecia que eu sentia as dores diminuírem e disse para o Rodrigo se arrumar pra ir trabalhar. Na verdade, o trabalho que fiz de concentração me deu a impressão de a dor ter diminuído. Rodrigo começou a preparar o almoço e eu falei que então iria tomar um banho pra depois comer. Era 12h45, fui para o quarto e senti alguma coisa caindo. Gritei:
– Caiu alguma coisa...!!!! Rodrigo veio correndo (achou que era o Bernardo nascendo). Minha bolsa tinha estourado, saiu bastante líquido. E a partir desse momento comecei a sentir dores/contrações muito fortes. Fui para o chuveiro com muita dor. Pensei que não conseguiria mais sair de casa e gritava para o Rodrigo me tirar dali. Ele me tirou do chuveiro, me colocou na cama e ali tive mais umas 5 contrações fortíssimas. Gritava tanto e tão alto que chamei a atenção de uma vizinha que veio até minha casa ver se estava tudo bem (achou que eu estivesse sozinha).
Rodrigo foi levar as malas no carro. O meu desespero foi tamanho quando vi que ele tinha saído e não tinha me tirado dali. Queria sair de casa logo, ir para o hospital, pois a sensação era de que não dava mais tempo. Ele voltou, me ajudou a colocar um vestido e antes de sair ainda senti mais uma contração fortíssima. Eu estava em pé, apoiei minhas mãos na cama e veio aquela dor: – Aaiiiiiiii..... Senti coroar. Naquele momento achei que Bernardo iria nascer.
A dor passou, fui pra garagem e mais uma contração. Quase me joguei no chão. Entramos no carro e eu fui no banco de trás. Não conseguia quase sentar, fui me segurando nos dois “puta merda” do carro e meio de lado. Um detalhe: a minha casa fica a, pelo menos, 30min do hospital em horário normal e naquele momento era 13h45, horário de super movimento. Nossa doula Gabi já estava indo direto para o hospital também.
Rodrigo dirigindo a mil, quando por um milagre, cruza com uma viatura da polícia civil, pareia o carro com ela, abre o vidro e grita: – Minha esposa está em trabalho de parto!! Na mesma hora a policial diz: – Me segue.
E foi abrindo o caminho, escoltando nosso carro. Quase chegando no hospital, o Rodrigo virou para o lado errado, confundindo o caminho. A policial foi atrás dele, retornamos e chegamos ao hospital. Tudo isso em 15 minutos!
Chegamos às 14h, paramos na porta da maternidade, o Rodrigo entrou no hospital gritando que eu estava parindo. A policial abriu a porta de trás do carro, a cadeirinha do Bernardo (que já estava no carro) voou, de tanto que eu tinha me debatido. Durante esses 15min do trajeto, a minha sensação a cada contração era de que o Bernardo nasceria no carro. A policial perguntou se eu estava bem e nisso chegou a equipe médica. O anjo Raquel (enfermeira) foi quem veio falar comigo. Ela perguntou: – Consegues andar? Eu respondi: – Não! – Consegues sentar na cadeira de rodas? – Não, não consigo mais sair daqui. Então a Raquel: – Vamos fazer aqui!!!
Bernardo nasceria no carro, na porta da maternidade.
Os curiosos, segundo meu marido (porque nesse momento não vi mais nada, acho que estava na partolândia) cercavam o carro, chorando e rezando. Enquanto isso, os enfermeiros forraram todo o carro por dentro e fizeram uma barreira externa. Raquel me pediu para sentar no banco do carro. Eu disse que não conseguia sentar. Então ela me pediu que ajoelhasse no banco do carro. Ajoelhei e ela falou: – A cabecinha dele já está aqui, toca pra você ver. Toquei e realmente já sentia a cabecinha do Bernardo. Então Raquel falou: – Faz uma força!!!
Foi então que me concentrei e fiz toda a força que eu conseguia, gritando muito. E naquele momento senti Bernardo deslizando pelo meu ventre, escorregando, do jeito que pedi a Deus. Não pôde ser mais lindo esse momento!!
Bernardo nasceu super saudável, o que era minha preocupação naquele momento. Só perguntava:
– Ele está bem??... Ele está bem??... Entramos no hospital e dali em diante o AMOR explodiu!
Hoje, com Bernardo completando 1 aninho, ainda me emociono bastante quando lembro desse dia tão especial!!!
Blumenau, 12.12.2018 Fabiana