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Foto do escritorNascer Amor

Como fazer o dia da Doula mais especial!?


Fiquei eu, aqui pensando: " Como fazer este dia mais marcante....?"

Quem me conhece sabe que gosto de intensidade!!!

E o Universo sempre me trás as respostas: "Com um relato de parto de um PAI!!!"

Eu retruco: "Como poderia ser ainda melhor?" (Como sempre questiona minha amiga Sandra rsrs)

E o Universo: "Com uma declaração de amor deste pai pra esta mãe, mulher, esposa e uma dela para ele!

Eu, escorpiana: "E para ser inesquecível!?

Universo: " Pergunta o dia do aniversário dele... vai ser num dia inesquecível!"

Então minha gente, seguindo fielmente a mãe Intuição e o pai Universo, RAFA, quero te desejar MUITAS FELICIDADES NESTE DIA TÃO ESPECIAL QUE É O SEU ANIVERSÁRIO!!! E, incrivelmente O DIA DA DOULA!!!

Como presente, segue uma linda declaração de amor da ANA, QUE TAMBÉM ESTÁ DE PARABÉNSSS!!! MUITAS FELICIDADES ANA QUERIDA!! (Quem me conhece sabe que comemoro o mês todo de aniversário rsrs)

"Rafa esse foi o ano mais transformador das nossas vidas. Ele nos trouxe um presente lindo e afetuoso, um amor inexplicável. Ele também revelou um homem gigante e sensível, que busca de um tudo pra cuidar da cria. Que é participativo e se entrega com amor nessa linda e mágica atividade chamada paternidade. Tenho certeza que escolhi certo quem seria o pai do meu filho. Te amamos infinitamente. Obrigado por ser esse homem maravilhoso em nossas vidas. Parabéns e que muitos anos venham ainda" Ana e Martin

Rafa, desculpe eu não ter de dito que amei teu relato de parto desde o dia que você me mandou (5/9), aliás você deve ter ficado meio agoniado, pensando... ué... ela não deve nem ter lido! Mas, como as melhores surpresas da vida tem que ser gestadas: Amei teu relato!! Gratidão por terem me escolhido como DOULA desta família linda!

E, finalmente, segue o RELATO do papai Rafa, que sirva de inspiração para todas as famílias, doulas e futuras doulas!

"Fui instigado a descrever meu relato de parto, com uma visão paternal do negócio. Porém,antes de começar, preciso fazer um resumo de como foram os nove meses anteriores para ficarem mais claros, alguns pontos que vou descrever.

Sou, de certa forma, metódico, então preciso de muitas informações para seguir adiante. Sendo assim, contratamos (a palavra correta seria convidamos) uma doula e uma obstetra que, segundo minha esposa, Ana, não se importariam com as zilhões de perguntas que eu faria. A doula Gabriela Müller me cativou no primeiro instante, porém no lugar onde eu menos esperava... Um curso de gestantes, no qual eu presumi que seria "um saco", por ser sexta à noite e sábado o dia todo. No entanto, ocorreu o inverso. Foram horas muito proveitosas onde já comecei a tirar minhas dúvidas. E a obstetra Dra. Fernanda Brião Vaz, que relutantemente, depois de meses eu consegui chamar de Fê (cara, uma pessoa estuda anos, se especializa em medicina, se dedica muito, enfim, se qualifica doutora não me cabia tratá-la de outra forma senão Doutora Fernanda) que acabou se tornando uma grande amiga. Nossa primeira consulta foi um mês antes da gravidez. Estávamos tentando há 7 meses e como nada havia ocorrido resolvemos perguntar. E toda tranquilidade que a Fê nos passou acarretou na chegada da notícia tão esperada: estávamos grávidos. Os nove meses passaram muito rápido e tínhamos a convicção de que estávamos preparados para o parto.

Bom, não foi bem assim. Estávamos numa semana que a chegada do Martin poderia ser a qualquer hora, inclusive a Ana já estava em casa de atestado. Na empresa onde trabalho todos já estavam sabendo que a qualquer hora eu poderia ser chamado. Aqui um adendo: todos onde trabalho estavam ansiosos e muito felizes, e me deram todo o apoio e segurança para eu sair para cuidar do meu filho que eles dariam conta ali. Agradeço muito por isso.

Dia 31/05 amanheceu chovendo muito. Já estava assim a semana toda, mas aquela quarta-feira parecia chover mais. Acordei cedo, sempre olhando primeiro para barriga da Ana e depois para o resto do mundo. Nada acontecia (não sei se eu esperava fogos quando algo ocorresse, mas da mesma forma eu conferia). Rotina de sempre: arrumar nossos cafés damanhã, me vestir e sair. Porém, naquele dia fiz algo diferente. Como ocorreria a final da Champions League naquele fim de semana, conversei antes de sair com o Martin: "filho,sábado tem a final. Caso você queira assistir precisa vir hoje". Coloquei minha capa de chuva e,no frio, fui trabalhar. Chegando na empresa as 7h, com frio e um pouco molhado, sentei na minha mesa. Um colega havia chegado e estávamos conversando. Depois de uns cinco minutos meu telefone toca. Olho para o lado e comento... vai que é A ligação. E era. Ana chorando muito do outro lado "rompeu a bolsa, ele vai nascer hoje". Naquela hora eu entendi: se eu não ficar calmo, ninguém mais vai ficar. Respondi na forma mais próxima que cheguei até hoje de Gandhi: "tudo bem, meu amor, já estou indo para casa" e a Ana incrédula e quase irritada "eu estou falando sério, não é brincadeira" e eu respondi "eu acredito, já estou indo”. Fique calma que não demoro".

Depois disso, terminei algumas coisas, passei ao meu colega minhas pendências e fui pra casa. No caminho, claro, muitas coisas passaram pela minha cabeça, mas um misto de insegurança, adrenalina e felicidade invadiu meu corpo.Ao chegar em casa abracei a Ana, conversamos e percebemos o quanto estávamos felizes. Fiz um café e tentamos nos programar para o dia. Conforme orientações da Gabi, poderíamos ter um dia praticamente normal, "apenas" com o fato de que no fim dele o Martin estaria em nossos braços. Fomos ao mercado, pet shop e até compramos guloseimas na padaria despretensiosamente. No começo da tarde a Ana começou a sentir contrações fracas e eu comecei a me animar: "acho que não será tão difícil e traumático". Engano meu. No meio da tarde a Ana tirou um cochilo e eu preparei todo o ninho conforme já havíamos conversado. Então as quatro de meia da tarde a Ana acorda com contrações mais fortes. Começa a sentir dores que começam a me assustar.

No início, apesar das dores, conseguimos conversar. Depois de um tempo, entre banho, cama, pia do banheiro e segurando meu pescoço... A conversa não fluía mais, e os gemidos tomaram conta da casa. Fiquei assustado e sem saber direito o que fazer, mas fiz de tudo pra transparecer calma e segurança. Conversando mais tarde com a Ana, parece que funcionou. Comecei a mandar mensagens pra Gabi, e a todo momento ela me tranquilizava e me passava instruções de como e quando chamar ela ("me chama quando a Ana disser que não aguenta mais de dor"). Essa foi difícil ouvir, mas confiava nela. As seis da tarde a Ana diz que não aguenta mais de dor. Então eu acho que agora vamos ao hospital. Por mim já teríamos saído as quatro, mas com a santa ajuda da Gabi, me mantive calmo. A Gabi chega às sete. Com a chegada dela, as coisas ficaram mais calmas. Ela lembrou que precisávamos comer, beber água e confirmou que tudo o que estava acontecendo era normal. Até piadas e risos, escondidos da Ana, é claro, acabaram acontecendo. As contrações começaram a ficar maiores e menos espaçadas. Eu esquentando bolsa, fazendo massagem,ouvindo "sai daqui", entrando junto no chuveiro, enfim tento fazer com que a Ana ficasse o mais confortável possível.

As nove da noite a Gabi nos avisou que ainda era cedo pra ir ao hospital, mas com as fortes chuvas, risco de enchente e o rio subindo seria o melhor a fazer. Nos arrumamos e entre uma contração e outra conseguimos descer as escadas sem maiores traumas. No carro, o momento mais desconfortável, atravessamos a cidade até o hospital. Na recepção a mulher que nos atendeu parecia ter toda paciência do mundo (ou eu que estava muito ansioso, não sei dizer). Depois dessa etapa fomos ao setor de triagem. Ali esperamos um pouco, sempre juntos e tentando manter um diálogo. Segurei a mão dela o tempo todo. Nem por decreto deixaria ela sozinha. Depois entramos em uma sala para o famoso exame de toque. Eu sabia que todo procedimento desnecessário era algo que a Ana mais abominava e também sabia que naquele momento ela não tinha muitas condições para se defender. Então eu acompanhei cada passo, cada palavra dirigida a ela, com o intuito de não deixar nada fora do que planejamos acontecer.

Com a ajuda da Gabi, que nos forneceu as informações que eu ainda não conhecia,os protegi da forma que combinamos. O exame de toque deu oito centímetros. Lembrei que precisava chegar a dez. Depois disso a Ana foi encaminhada à sala de parto. Fui com ela e a ajudei a entrar no banho. Eu estava feliz com aquela roupa azul do hospital. Na verdade, eu estava feliz por tudo o que havia ocorrido até aquele momento. Naquela hora precisei voltar à recepção para dar entrada na internação, conforme a burocracia do hospital. Como a Gabi estava com ela, fiquei um pouco mais tranquilo. Na recepção fiz tudo o que pude para que a recepcionista entendesse que meu filho estava para nascer e eu precisava do máximo de agilidade dela. Acho que ela entendeu, apesar daqueles cinco minutos parecerem cinco horas.

Quando voltei à sala de parto, por escolha, ela estava na cama, com a Gabi sempre ao lado. De repente ela começa a fazer força, sem avisar. Me posiciono para ver a chegada do Martin, porém a primeira coisa que sai é a bolsa. Depois de alguns segundos, com mais uma ou duas contrações eu vejo a cabeça dele saindo. Nunca imaginei que seria assim, tão mágico ver uma criança nascendo. Em segundos meu filho estava em cima da maca. Vou tentar relatar como foi acena:

Eu o vi ali parado encolhido. Naquele momento não existia mais ninguém naquela sala. Fiquei preocupado, mas ao mesmo tempo conversei com ele através da minha alma. "Filho,agora você está aqui. Eu e a mamãe vamos cuidar de você pelo resto da vida. Amamos muito você. Vai ser divertido aqui".

Nesse momento ele olha para os lados, solta uma tosse leve e começa a respirar. Quando alguém pegou ele, eu cortei o cordão umbilical e as coisas começaram a normalizar e o mundo voltou como era antes. Ou, nem tanto. O mundo nunca mais será o mesmo. Quando ele chega aos braços da Ana, em segundos já começa a mamar.

Percebi ali que não existe Ana e Martin. Aquele momento existe um ser só. Uma aura paira sobre os dois e dali em diante tenho a absoluta certeza de que milagres existem!

Aquelas duas horas onde nós três estávamos juntos marcaram o começo de uma nova vida. Uma não, três novas vidas.Depois de um tempo as enfermeiras pediram pra eu levar ele (eu não deixaria outra pessoa fazer isso) para pesar e medir.

Na primeira vez que peguei ele, precisei de instruções, admito. Mas aprender junto com ele é muito mais gratificante. Perto das três da manhã subimos ao nosso quarto, exaustos, mas com certeza no momento mais feliz das nossas vidas. Com isso eu gostaria muito de agradecer as pessoas à nossa volta por nos entender e celebrar esse momento tão especial.

Alguns nomes preciso enfatizar: Fê, nossa companheira por nove meses. Consultas de dez minutos para saber como estava Ana e Martin e cinquenta de bate-papo animado. Gabi, acredito que não preciso dizer o quanto amamos você por tudo o que você fez, é só contar quantas vezes cito você nesse relato. Sua presença, carinho e paciência foram essenciais para que tudo ocorresse da forma que ocorreu.

E Ana, não tenho palavras para descrever a força, dedicação, luta e amor que você teve e ainda tem por esse ser que chegou em nossas vidas. A palavra coragem tem outro significado depois do nascimento do Martin. Ele escolheu a melhor mãe que ele poderia ter. Você é perfeita. Saiba que estou em débito eterno com você. Te amo muito." Rafael Formento.



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